quinta-feira

As ruínas do tempo

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Passámos as ruínas do tempo
por entre pedras erguidas sem mais ninguém no mundo.
Finjo não perceber
que reconheço o trilho, a terra, a folhagem,
as aragens que me acariciam a pele
e que me encadeiam os afectos.
Não quero pensar no significado do fascínio,
na força trituradora que me castra as vontades livres,
no vislumbre secreto de uma primeira carícia,
lenta e deslumbrada sobre o teu rosto.
Gritas por mim no silêncio
a ficas suspenso na sombra de ti.
Não respondo mas sigo-te por entre espinhos
em passos prudentes que me levam a parte nenhuma
e procuro a cada movimento o outro lado de nós,
que as pedras testemunham fechar-se,
como lâminas de ar frio,
nas horas da realidade.

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